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06/mai/2013

Capacitação em Violência

Seavidas realiza curso de Capacitação em Violência

O SEAVIDAS (Serviço de Atenção à Violência Doméstica e Agressão Sexual) do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto realiza o curso de Capacitação em Violência para profissionais afins e gestores da rede de violência da área da saúde, educação, assistência social, judiciário, defensoria pública, promotoria, conselho tutelar, polícia civil e estagiário de psicologia.

O curso tem como objetivo sensibilizar e capacitar os profissionais das diversas áreas para uma compreensão geral da violência contra as mulheres, crianças e adolescentes implementando ações de práticas humanizadas que são elementos fundamentais às vítimas de violência. A capacitação destes profissionais que vão atuar como multiplicadores da rede contribuem para a melhoria na qualidade da atenção integral à saúde desta população.

O curso de capacitação será realizado quinzenalmente até novembro às sextas-feiras, das 8h30 às 12h30, no Anfiteatro CEAPS, do HC Campus. No dia 5 de abril, o curso contou com a presença da Dra. Lúcia da Silva Lara Alves, do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, com mestrado e doutorado em ginecologista e obstetra, sexóloga do setor de Reprodução Humana e Dra. Adriana Peterson Mariano Salata Romão responsável pelo Ambulatório de Estudos em Sexualidade Humana e mestra doutora em Ginecologia e Obstetrícia que ministraram palestra sobre "Sexualidade". No dia 19 de abril, a palestra com o tema Família foi ministrada pela Sra. Maria Aparecida Senna de Oliveira, Assistente Social do Hospital Santa Tereza e do Serviço de Acolhimento Institucional da Secretaria Municipal de Assistência Social da PM de Ribeirão Preto.

A próxima aula do curso será no dia 10 de maio com o tema Tipificação da Violência ministrada pela Profª. Dra. Elisabeth Meloni Vieira do Departamento de Medicina Social da FMRP-USP.

No dia 29 de maio haverá a participação do Dr. Leonardo Romanelli do Núcleo de Combate a Violência Doméstica e Familiar ¿ Núcleo 1 Rede Protetiva do Ministério Público de Ribeirão Preto.

Ribeirão Preto é referência regional em atendimento de vítimas de violência física e sexual

A Secretaria do Estado da Saúde juntamente com a Área Técnica da Saúde da Mulher lançou em 2012, um Plano de Ação para o Enfrentamento da Violência contra Mulher no Estado de São Paulo, com o objetivo de criar uma rede de atenção a mulher vítima de violência doméstica e sexual, com cinco novos centros de referência, além dos hospitais universitários, facilitando o acesso às políticas públicas oferecidas para as mesmas e para os profissionais de saúde que as atendem.

Em 2010, o SEAVIDAS - Serviço de Atenção à Violência Doméstica e Agressão Sexual do HCRP foi ampliado com a ocupação de um novo imóvel e ampliação da equipe. Por sua excelência no serviço prestado às vítimas de violência doméstica e agressão sexual, o Seavidas foi contemplado como Centro de Referência Regional, diante da magnitude e prevalência desses eventos. Vale ressaltar que esta conquista é fruto do trabalho da equipe comprometida com a vida do próximo, afirma a diretora técnica do SEAVIDAS, Regina Brito.

Ela explica que em 2011 foram registrados pela Divisão Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto 2.516 notificações de violência nos diversos serviços. O coeficiente de incidência por 100 mil habitantes dos casos de violência doméstica ocorridos em Ribeirão Preto foi de 415,8 casos, sendo que o coeficiente de violência sexual foi de 9 casos por 100 mil habitantes. A prevalência é maior entre a violência física e a psicológica.

Em 2012 o SEAVIDAS atendeu cerca de 10 casos de violência doméstica por dia e 280 casos de violência sexual por ano. O município, segundo dados da Secretária Municipal da Saúde de Ribeirão Preto registrou cerca de 1.078 notificações (dados provisórios até 28 de agosto de 2012) envolvendo ambos os tipos de violência.

Violência Doméstica

Regina Brito diz que a violência doméstica pode ser física, psicológica, sexual e, constituindo-se um dos principais motivos que afeta a integridade biopsicossocial da mulher. Os atos sofridos pelas mulheres, na maioria das vezes, são praticados dentro da própria família por pessoas íntimas, particularmente, no âmbito doméstico.

A Lei Maria da Penha é uma das maiores conquistas das mulheres brasileiras e foi criada para a proteção delas contra a violência doméstica e familiar. Este tipo de agressão fere os direitos das mulheres, humilha, maltrata e mata.

A lei obriga o Estado e a sociedade proteger as mulheres contra esse tipo de violência durante toda a sua vida ¿ não importa idade, classe social, cor/raça, lugar onde mora, religião e orientação sexual. Todas têm direito a uma vida sem violência.

A lei foi criada para modificar uma terrível realidade: entre 1998 e 2008 período de apenas 10 anos cerca de 42.000 mulheres foram mortas no país, o que significa 10 mulheres assassinadas por dia! E 40% das mulheres foram mortas dentro de casa, segundo pesquisa Mapa da Violência do Instituto Sangari/2011, a partir de informações do DATASUS/Ministério da Saúde.

Em 2008, a organização das Nações Unidas (ONU) considerou a Lei Maria da Penha como uma das três melhores legislações do mundo no tocante à violência contra as mulheres.

Regina comenta que no momento da agressão, a vítima sempre buscar auxílio através da Polícia Militar (fone 190) em seguida, deverá registrar o fato na Delegacia de Defesa da Mulher.

Ela orienta que a pessoa vítima de abuso sexual agudo a porta de entrada é a Unidade de Emergência nas primeiras 72 horas, os casos crônicos são encaminhados para o SEAVIDAS "Quanto mais cedo ela chegar ao serviço, mais efetivo será o tratamento contra a gravidez não desejada e o combate às doenças sexualmente transmissíveis e a Aids", afirma.  

Onde mais busca ajuda?

Pronto Socorro / UBS / UPA

Delegacia de Defesa da Mulher de Ribeirão Preto

Coordenadoria da Mulher de Ribeirão Preto

Promotoria de Justiça

Secretaria de Assistência Social ou Departamento de Promoção Social do Município

Conselho Tutelar (vítima criança/adolescente)

SEAVIDAS