A história da assistência em saúde vive um período em que a escalada da resistência bacteriana chegou ao ponto da identificação de infecções causadas por cepas bacterianas resistentes a praticamente todos os antibióticos licenciados para uso clínico.
O presidente da Comissão de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina, Prof. Dr. Fernando Bellissimo explica que " dentre todas as medidas disponíveis para conter esse avanço, a mais efetiva, mais segura, mais econômica e, infelizmente, também a mais negligenciada continua a ser a higienização rotineira das mãos". Para ele, o fato do hospital ser referência em assistência terciária e quaternária e um grande campo formador de profissionais da saúde a responsabilidade em relação a esse problema torna-se ainda maior.
Levantamentos feitos em diversos países, incluindo o Brasil, indicam que a frequência média de adoção desse procedimento entre médicos situa-se aproximadamente em 40% do recomendado. Avaliações internas da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) sinalizam nessa mesma direção.
Por esses motivos, o Prof. Belissimo indica um vídeo que aborda as principais indicações e métodos de higienização das mãos no ambiente da assistência à saúde, publicado no New England Journal of Medicine, com duração de apenas 13 minutos. "Espero que o vídeo contribua para a implementação de um ambiente mais seguro para nossos pacientes, assim como para todos os profissionais que aqui desempenham suas funções", sugere o presidente da CCIH do HCFMRP-USP.
O controle da infecção hospitalar
Dia 15 de maio comemora-se o Dia Nacional do Controle de Infecção Hospitalar. Desde o século XIX, Semmelweiss, um pesquisador e médico, percebeu e publicou sobre a importância da higienização das mãos, para reduzir o número de infecções puerperais. Por esse motivo, estabeleceu-se essa data como marco de comemoração. Hoje a higienização das mãos continua sendo a medida isolada mais importante no controle de infecção nos serviços de saúde. O surgimento do álcool gel modernizou e tornou mais prático e rápido esse procedimento tão essencial que é a higienização das mãos.
Atualmente no Brasil, existe uma valorização dos hospitais, que mantém comissões de controle de infecção hospitalar organizadas. As ações dessas comissões também significam qualidade no atendimento dos pacientes e do hospital como um todo. As diversas funções atribuídas a esses serviços, envolvem não só a detecção de infecções, mas também a compilação de dados e ações para redução dos índices, além de averiguação dos efeitos e resultados dessas ações aplicadas. Mais do que todas essas medidas de vigilância, os serviços de controle de infecção hospitalar atuam também na prevenção e controle de surtos.